E se sua filha não é quem você for... uma boa pessoa?
Sinopse: Blythe Connor está decidida a ser a mãe perfeita, calorosa e acolhedora que nunca teve. Porém, no começo exaustivo da maternidade, ela descobre que sua filha Violet não se comporta como a maioria das crianças. Ou ela estaria imaginando? Seu marido Fox está certo de que é tudo fruto do cansaço e que essa é apenas uma fase difícil.
Conforme seus medos são ignorados, Blythe começa a duvidar da própria sanidade. Mas quando nasce Sam, o segundo filho do casal, a experiência de Blythe é completamente diferente, e até Violet parece se dar bem com o irmãozinho. Bem no momento em que a vida parecia estar finalmente se ajustando, um grave acidente faz tudo sair dos trilhos, e Blythe é obrigada a confrontar a verdade.
Neste eletrizante romance de estreia, Ashley Audrain escreve com maestria sobre o que os laços de família escondem e os dilemas invisíveis da maternidade, nos convidando a refletir: até onde precisamos ir para questionar aquilo em que acreditamos?
Eu estava com medo de começar esse livro e certa sobre isso. A Ashley falou com meus maiores medos de ser mãe (quando ainda tinha "o sonho de ser mãe" e casamento (desse quesito me encontro vacinada).
O impulso é bruto. Soco atrás de soco. É tenso. Horripilante, ouso dizer. E não é para todo mundo.
Mulheres odiarão porque mostra um lado da maternidade e psiquê feminina que não querem que se espalhe. Afinal, qual melhor meio de manter mulheres em coleiras se elas não sabem o que as aprisiona?
Homens não darão três peidos porque fala de uma violência que eles jamais admitirão praticarem: a emocional.
Fox é a perfeita figura do homem cheio de expectativas e nada de responsabilidades. Não porque ele não cumpra o mais que dever de sustentar a família já que não quer que Blythe trabalhe (a mãe dele era a típica mãe dona de casa e vivia para amar os filhos e acolher o marido), mas porque ele só chega para ser a figura decorativa. O pai legal, permissivo, que ama a filha e acha que a mulher está louca. quantos Fox você já conheceu?
Blythe é uma personagem incrível. Tem uma vida tão triste. Aliás, ela, a mãe e a avó. Três mulheres massacradas por uma das ferramentas mais eficazes do patriarcado: o sonho e obrigação de ser mãe imposta à mulher.
E tem outra ferramenta: a busca da afeição por um homem.
Ela é solitária e só quer achar seu lugar, mesmo que o único lugar que aparenta estar disponível é nos braços de Fox. Ser mãe chega mais cedo do que ela espera no casamento, mas enfrenta como uma tarefa qualquer outra e quando Violet nasce, mas a menina desde bebê levanta receios não só dela, mas para Fox, a filha é perfeita.
São anos de abuso emocional que você, leitora, acompanha Blythe passando. São tantas suspeitas que você começa a duvidar de si mesma: Será se essa criança é má ou eu sou implicante?
A resposta...
O final me deixou com sede de vingança, mas com a certeza que foi uma viagem louca na montanha-russa de alguém no front da maternidade.
Uma leitura imperdível para quem romantiza a maternidade.
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Nossa, parece ser uma leitura no mínimo impactante, principalmente para nós mulheres.
Beijo!
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